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Monografia, O que é ?

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O presente texto pretende, de forma despretensiosa, apresentar um apanhado de informações que permita visualizar o que é uma monografia, uma vez que o aluno de graduação, que se inicia cientificamente, ao buscar as características e funções desse tipo de documento, pode deparar-se com uma diversidade de conceitos, entendimentos e estruturas, que, na maioria das vezes, acaba por confundir-se.

Para alguns autores, como Paul Bureau (apud SALOMON, 1977, p. 218, grifo nosso) monografia é “um método científico para o estudo dos fenômenos” ou, ainda, para Lakatos e Marconi (1996, p. 151, grifo nosso) “um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia”. Medeiros (1999, p. 189, grifo nosso), por sua vez, afirma que “é uma dissertação que trata de um assunto particular, de forma sistemática e completa”.

Nesta abordagem, estaremos caracterizando monografia como sendo um documento científico, redigido dissertativamente, que tem uma estrutura formal mínima definida. Seu conteúdo aborda um só tema ou, ainda, a resposta a um problema de pesquisa.

Salomon diz que, etimologicamente, a palavra monografia, significa “escrever a respeito de um único assunto”. Já lhe foi apontada, como intenção inicial, ser um “relatório que objetivava esgotar a problemática de que tratava” (1977, p. 219). Entretanto, é preciso reconhecer como é pretensioso o propósito de “esgotar” um assunto. Assim, as monografias passaram a ser identificadas como relatos resultantes de investigações científicas.

A par disso, porém, é importante frisar que uma monografia não é um punhado de informações e dados coletados que se aglutinam, rica ou mediocremente, em um texto novo. Nem tão pouco é apenas um relatório. Trata-se de um documento único, organicamente elaborado, que contém o produto da reflexão do pesquisador.
Para apresentar essa característica, a monografia precisa, além de ser precedida de uma boa pesquisa, ser redigida de maneira dissertativa. Esta forma de redação baseia-se na lógica, o que permite a argumentação, que sustenta o ponto de vista do autor. É a dissertação que permite que a monografia seja redigida segundo a maneira mais adequada aos propósitos da pesquisa que a precedeu.

A monografia tem, em sua forma, uma estrutura idêntica à de qualquer texto dissertativo, ou seja, deve conter os seguintes elementos textuais:

a) introdução: onde são apresentados o tema e o problema da pesquisa feita, sua justificativa, objeto e objetivos, bem como aspectos da metodologia utilizada na pesquisa;

b) desenvolvimento: onde acontece a fundamentação lógica e a exposição do assunto. Visa a expor, explicar, demonstrar, provar, fundamentar aquilo que a pesquisa revelou. É, por assim dizer, comunicar os resultados da pesquisa, seja ela bibliográfica, de campo ou de laboratório; c) conclusão: onde o autor apresenta sua síntese pessoal, objetiva, interpretando argumentos. É a fase final do trabalho, o fechamento da introdução, a síntese da reflexão.

Não se deve esquecer, ainda, que outros elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, sumário, etc.) e pós-textuais (referências, anexos, etc.) antecedem e sucedem os mesmos, respectivamente.

Ao se falar em monografia, não se pode deixar de destacar sua característica essencial, a mesma que remonta a sua origem histórica: a especificação, ou seja, a redução da bordagem a um só assunto, a um só problema. (SALOMON, 1977, p. 219). E essa redução é simples de compreender, o método científico de pesquisa parte de um único problema, ou de um tema delimitado. Logo, o documento que contém os resultados da pesquisa também tem seus limites pré-estabelecidos. A monografia, assim, “estuda um assunto com originalidade e em profundidade, considerando todos os ângulos e aspectos”, afirma Medeiros (1999, p. 189).

Alguns autores como Salomon (1977, p. 219), classificam a monografia em dois sentidos: lato – que resulta de investigação científica (relatórios, tesinas, informes científicos, artigos) e estrito – que deve apresentar uma contribuição relevante à ciência (teses).

Um acadêmico de graduação ao pesquisar em uma dezena de livros, textos e sites, e um doutorando, ao buscar conhecimento em uma centena de livros, textos e sites, ao escreverem os resultados e conclusões a que chegaram, estarão escrevendo uma monografia. Assim, ao nosso ver e no entender de autores como Medeiros (1999, p. 188-189) há um equívoco, quando são usadas expressões que graduam em níveis as monografias, tais como dissertação, tese, monografia, afinal, todas são trabalhos científicos, dissertativos, comunicam os resultados de uma pesquisa e de uma reflexão.

São elaborados sob as mesmas diretrizes metodológicas do trabalho científico, têm que conter originalidade e podem apresentar uma ou mais teses. O que, na verdade, tem nível diferenciado de profundidade e abrangência é a pesquisa que precede a monografia.

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